segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Futebol e video-game. Até que ponto devemos aproximá-los?

O presidente da Uefa, Michel Platini, ratificou nesta segunda-feira sua oposição ao uso da tecnologia no futebol, mais especificamente em lances duvidosos envolvendo a bola e a linha do gol, como na Copa do Mundo, na partida entre Alemanha e Inglaterra. Tudo por conta das discussões reabertas na última semana pela International Board, entidade que controla as regras do futebol.

Alguns sistemas devem ser testados até o fim de novembro e nova reunião, entre os dias 4 e 6 de março de 2001, definirá o rumo da tecnologia. Atualmente, assistentes extras têm participado dos jogos da Liga Europa e da Liga dos Campeões. Platini argumenta que prefere os olhos humanos por temer que o futebol vire um vídeo-game.

– Um juiz não é suficiente, não na era moderna quando você tem 20 câmeras acompanhando o jogo. É injusto, as câmeras podem ver tudo, mas o árbitro tem apenas um par de olhos. Toda vez que um erro é cometido, as câmeras estão lá para mostrar. O artifício pode tornar o jogo um futebol de Playstation – avaliou.

– É por isto que temos a utilização de dois assistentes a mais na Liga dos Campeões. É um caminho lógico com essas câmeras que podem flagrar tantos incidentes: quanto mais olhos ajudando o árbitro, maior a chance de diminuir estes incidentes – finalizou Platini.
GLOBOESPORTE.COM
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Comentário:
Já havia comentado acerca disto em post anterior (Uso da tecnologia no futebol argentino). A opinião de Michel Platini serve para alertar, aos responsáveis da International Board, o quão polêmicas serão, no meio jurídico-desportivo, as alterações acima propostas e/ou aceitas.
Não me parece apropriado substituirmos nossos árbitros/assistentes pela tecnologia que já é utilizada no tênis, por exemplo. Ali, o erro é mais provável de acontecer, em virtude da velocidade com que a bola atravessa a quadra e passa rente a linha. Vejo que, no tênis, a tecnologia se faz necessária face a concreta dificuldade da marcação dos pontos.
Ora, no futebol, a realidade é outra. Os árbitros/assistentes podem dar conta destas criteriosas análises. Como feito na Europa League e Champions League, com o acréscimo de dois assistentes, ambos atrás das balizas, além de prevenir uma jogada duvidosa (bola rente a linha), estes servirão como apoio as marcações de infrações que os atletas vierem a praticar, como por exemplo, um "empurra-empurra" na área durante um escanteio.
Vejo que a tecnologia não deve ser adotada no futebol, sob o risco de extinguirmos o principal motivo deste esporte gerar tamanha alegria e tristeza ao mesmo tempo. O erro, típico do ser humano, deve ser respeitado. A adrenalina do futebol, mola propulsora deste sentimento inexplicável que sentem os torcedores, não pode ser alvo de mudança. Caso contrário, o futebol se torna previsível e, ao meu ver, perde sua essência.
Aos amantes do futebol, digam NÃO às mudanças da International Board, no que concerne a implantação da tecnologia, para que nosso esporte não se transforme em video-game, como bem mencionou Michel Platini.

2 comentários:

  1. Como o futebol não envolve só dinheiro, mas também e principalmente lida com emoções e sentimentos verdadeiros, muitas das vezes exacerbados, torcedores e clubes têm direito a uma análise clara e satisfatória dos lances. Acredito que a tecnologia, desde que cerceada, não implique em prejuízo para o esporte. Pelo contrário, se é um instrumento que possibilita a justiça, pode e deve ser utilizada em certas ocasiões, com a finalidade de tirar dúvidas e assim somente.

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  2. É discutível...

    Não acho que o futebol com isso vire video-game - viraria se pra lateralm por exemplo, houvesse computador pra olhar.
    Mas no gol é uma coisa fácil e extremamente importante ter um chip que diga se a bola passou ou não - é inadmissível, pô, o que houve na Copa do Mundo. Aquilo é muito mais que um jogo, vale muita coisa.

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